quinta-feira, 21 de junho de 2012
Você
tem uma razão muito forte para, neste final de ano, relatar com aquela amiga a
quem magoou, para passar o dia inteiro deitado na cama pensando na vida, para
interromper a dieta e cair de boca no seu doce preferido”. A razão
inquestionável e inatacável é: porque sim. Você passou o ano inteiro
fazendo coisas porque não. Você foi a festas barulhentas e lotadas porque não
queria ficar em casa sozinha. Você gastou mais dinheiro do que podia porque não
contava que iria ficar sem emprego. Você se frustrou porque não conseguiu a
bolsa de estudos na Inglaterra. Você foi ignorada pelo carinha que estava a fim
porque não ouviram suas preces. Ainda assim, você passou o ano sorridente e
bem-humorada, porque não esperavam outra coisa de você. Agora chegou a
época do ano em que você não precisa mais se preocupar em dar explicação. Por
quê? Porque sim. Acabei de determinar que o final do ano é o momento ideal para
expurgar as culpas e para fazer tudo o que lhe passar pela cabeça, sem se
importar se é politicamente correto ou incorreto, se vai dar certo ou não. É a
hora de ouvir os seus instintos e atender às suas vontades, hora de se permitir
uma certa irresponsabilidade, tomar atitudes desamparada pela razão. Por quê?
Você sabe por quê. Vou comprar um vestido vermelho, porque sempre quis ter
um. Vou alugar uma moto por um dia, porque nunca tive uma moto. Vou ler toda a
obra de Shakespeare, porque me deu na telha. Vou pegar um ônibus e só descer na
última parada, porque me deu vontade. Vou comprar o disco de uma banda que
nunca ouvi falar, sem escutar na loja. Porque sim. Um exercício de
desprendimento: desatar os nós que enlaçam atos e motivos. Fazer as coisas por
impulso. Por quê? “Porque às vezes é bom a gente mostrar pra si mesmo quem é
que manda aqui.
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