Um amor nunca vem de graça. Não é que nem em filme que o
destino se encarrega de fazer todo o serviço e os protagonistas sofrem um
pouquinho e depois fica tudo bem. Na vida mesmo, aquela que a gente leva
porrada e no fim não fica nada bem é um abismo de diferença. Aquelas cenas de
olhares que ficam em câmera lenta só acontece nos filmes de romance clichê,
porque na vida real tu vira a cara. Experimente olhar nos olhos de quem você
ama por um minuto enquanto ele te olha também, só experimenta. Você vai virar o
rosto e desviar o olhar com medo que ele veja tudo oque você sente. O amor
mesmo, aquele que te deixa até tonta vai vir, mas não de graça, a vida não vai
embrulhar como presente e te estregar na sua porta, mas isso você já sabe. Oque
eu quero dizer é que antes do absurdo do amor acontecer vai ter noites mal
dormidas e você se perguntando ”porque ele quer qualquer vadia e não a mim?”.
É, acontece. Vai ter você deitada com a cabeça no travesseiro chorando toda a
cota de lagrimas possível e ainda se sentir cheia de mais para parar de chorar.
Vai ter você querendo fazer dietas ou querendo ganhar massa só para se sentir
melhor e talvez ter alguma chance. Vai ter tudo isso. Vai ter você se olhando
no espelho e se achando horrível e pensando que ele merece alguém muito melhor
e mais bonita que você. Vai ter crise de ciumes e você vai lembrar que ele nem
é seu pra sentir isso, mas ainda vai continuar achando que aquele menina da
bunda dura não tem que ficar perto dele. E ainda vai ter aqueles momentos de
amo-odeio. Você sabe do que eu tô falando. Amar tanto que chegar até sentir uma
raiva, mas não dele e sim do que ele te faz sentir. E você não vai saber se
foge ou fica perto, se arrisca ou tenta esquecer. Tudo é mais confuso quando se
está vivendo um clichê.
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